Pirulito de Pimenta

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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Ah, a neve!

Aqueles floquinhos brancos lindos caindo do céu, deixando as ruas todas cobertas de gelinho raspado...uma maravilha, certo?
O estacionamento polvilhado de neve

CERTO se você vai:

  • Passar o dia de bobeira, sem sair de casa, enfiado embaixo de dois edredons , com uma xícara de café e com o aquecedor ligado no "último volume";
  • Sair de casa apenas, única e exclusivamente para fazer um bonequinho de neve;
  • Sair de casa apenas, única e exclusivamente para fazer um anjo de neve;
  • Sair de casa apenas, única e exclusivamente para fazer aquela bola de neve gigante e tacar na cabeça do seu namorido.

O laguinho congelado


ERRADO se você vai:

  • Precisar sair de casa de bicicleta (sim, eles limpam as ciclovias, mas se neva muito elas ficam cheias de neve de qualquer jeito) porque você VAI cair quando virar na curva. Se antes era o vento que te derrubava , agora é a escorregadia e traiçoeira neve....
  • Precisar sair de casa a pé, já que eles limpam as ruas mas NÃO limpam as calçadas, que acabam atoladas com 10 cm de neve , especialmente fabricada pra fazer você derrapar e cair de bunda no chão com o seu calçado não-anti-derrapante comprado na última feira da moda de Milão...
  • Precisar sair de casa de trem, já que você vai ter que usar a bicicleta ou o seu pé para chegar na estação (a menos que você seja vizinho dos trilhos) e que muito provavelmente com 100% de certeza o trem que você queria pegar VAI atrasar, porque tem neve nos trilhos e eles precisam limpar, descongelar ou o que quer que seja. E se não for o seu trem parado na neve, ele também VAI atrasar, porque quando um atrasa, congestiona TODOS os outros que vão passar pelo mesmo trilho congelado...

    Patinhos brigando pelo último pedacinho sem neve do lago
    Sábado saí a pé para a estação de trem pra tentar chegar em Roterdã. Ia sair a coleção nova da MAC. O maridón ficou impressionado com a determinação, motivação e o desejo de obter o meu objeto de consumo falou mais alto que a razão, afinal, estava nevando pedra (leia-se flocos gigantes de neve voando em todas as direções).

    Enfim, cheguei na estação 50% coberta de neve. O trem que viria em 2 minutos iria atrasar meia hora. Eu bem sei quem meia hora a mais esperando na neve sem fim pode acabar com a sua vida (ou com os seus pés) e te render um choro muito muito muito constrangedor causado pelo "frio de doer". Só pra ter certeza da merda que eu estava fazendo, já com a passagem comprada, resolvi telefonar pra MAC só pra confirmar a chegada da coleção.

    A vendedora deu uma risada, disse que eu ficasse em casa (claro que eu não falei que já tinha saído de casa), tomando um café ou um chocolate quente e enrolada num (ou dois) edredons porque a coleção só chegaria na semana que vem. Pausa para uma risada incontrolável , um misto de raiva, leseira e histeria.

    Fim da pausa. Troquei a data dos tickets, voltei pra casa ( a pé, na neve) e resolvi abrir a minha sombrinha, uma vez que estava nevando demais da conta. As pessoas me olharam estranho, afinal, eu era a única me protegendo da neve com uma sombrinha (pelo menos eu queria acreditar que esse era o motivo do riso). 

    Sim, a neve aumentou. MUITO. Mesmo. Voavam flocos em todas as direções, num vendaval louco. Me senti dentro de um desenho animado. Olhei pra baixo, meu casaco que é preto estava completamente branco de neve. Isso sem falar nas luvas e na bota, que era cinza. 

    Depois de quase congelar os dedos em vinte minutos de caminhada, resolvi me esquentar numa galeria com lojinhas. Pra isso fechei a sombrinha. Supresa: tinha neve em tudo que era canto em mim, inclusive nos meus olhos (ainda bem que não usei rímel) e a sombrinha estava LIMPA LIMPA LIMPA. Nem um floquinho de neve sequer.... agora eu entendi o motivo dos risinhos "simpáticos"  dos holandeses pra mim na rua...

    Pelo menos eu não fiz xixi na calça (de novo) :)

    quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

    Frio de doer...

    ... eu já tinha ouvido essa expressão, mas nunca achei que o frio pudesse ser tão dramático assim.

    Aqui já é inverno. Teoricamente deveria ser outono, mas o inverno resolveu chegar mais cedo do que nunca em mais de 20 anos... e isso quer dizer que desde o dia 29 de novembro já temos neve aqui. Nos anos anteriores, a neve só dava as caras lá pra o dia 25, 27 de dezembro, mas esse ano ela resolveu nos presentear com uma visita inesperada.

    A vista da janela aqui do apartamento. Clica que aumenta.

    Neve pode ser uma maravilha. Fiquei encantada com os floquinhos brancos caindo do céu, mas isso é assunto pra um outro post. Por enquanto, o que eu tenho a dizer pra quem vai enfrentar a primeira neve da vida é o seguinte:

    • Ter cuidado ao caminhar, pois se sua bota não tiver anti-derrapante (e mesmo algumas que tenham) você corre o sério risco de escorregar e cair de bunda ou de boca NA CHÓN!
    • Embora digam que não é seguro, prefiro sair de bicicleta, pelo menos enquanto as ciclovias estão sendo limpas todos os dias e não há um pingo de neve nas ruas. Só nas calçadas (irônico, não?). E isso nos raros dias em que o vento não resolve nos derrubar de frente ou de costas ou de lado, de todas as formas possíveis e imaginárias.
    • Usar o melhor casaco, a melhor bota, as melhores meias, a melhor luva, o melhor cachecol e o melhor protetor de orelhas que você tiver. Meu casaco e cachecol estão OK por enquanto, mas as luvas estão UÓ. Tenho que sair de casa com uma por cima da outra se não quiser amputar os dedos de frio. Quanto às meias... bem, eu uso duas ou três meias grossas e de acrílico, especiais para esquiar. Sim, e ainda morro de frio nos pés. Não sei se o problema são as botas ou se realmente é uma questão de adaptação.
    • Sim, você vai ouvir as pessoas na rua te chamando de Princesa Léa do Star Wars , mas sinceramente??? Eu não ligo. Prefiro ter minhas duas orelhas quantinhas embaixo de duas almofadas de orelhas (earmuffs). Pensando melhor, prefiro ter minhas duas orelhas.
    Hoje eu sofri terrivelmente por ter que esperar 45 minutos num ponto de ônibus por um ônibus que nunca veio. Eu chorei de frio nos pés. Muito. Muito frio mesmo. Vocês não têm como imaginar, a menos que tenha os dois pés enfiados numa geleira do Pólo Norte e não poder tirá-los de lá por 45 minutos. Doía tanto , tão fino e tão profundo que eu só queria morrer... Pensando bem, eu queria ter os meus dois pés de volta, já que eles estavam a meio caminho do túmulo. Chorei como uma criança.

    Vale dizer que a sensação térmica lá fora era de -19ºC. Sim, eu disse menos dezenove graus Celsius.

    Jamais esperem tanto tempo na neve. Jamais, a menos que você queira chorar, morrer e ser congelada ao mesmo tempo.

    sexta-feira, 16 de julho de 2010

    Dicas pra quem anda de bicicleta

    Olá pessoas,

    Vim hoje postar algumas dicas pra quem anda de bicicleta em qualquer lugar do mundo. O post de hoje foi baseado no meu passeio (do qual acabei de chegar) no centro da cidade de Delft, que tem inúmeras ciclovias, bondes, ônibus, carros e mais bicicletas do que gente...



    calma, que eu ainda tô aprendendo!

    Dicas valiosas:

    1. Use óculos
    Não importa se é verão ou inverno, uso sempre meus óculos escuros, que  na verdade nem são tão escuros assim! Mas tem filtro contra raios nocivos e evita o que aconteceu hoje: um mosquito deu um rasante nas minhas pestanas... e eu , é claro, perdi o controle da bicicleta... e lá vai o guidão sambando que nem a mulata globeleza. Lá vou eu, láa vou eeuu...
    Sim, vale a pena aguentar as piadinhas de qualquer ambiente: Tá sol aqui, né?(quando está escurecendo). Ou: É verão, né? É, é verão...

    2. Ande sempre com a boca fechada
    Isso também evita o que aconteceu hoje: engoli um mosquito! Você fica besta, olhando a paisagem, a arquitetura do local, as construções antigas... de repente sua boca abre e você nem nota... gasp gasp gasp.... Espero que não tenha sido uma baratinha. Ou um besourinho rola-bosta...

    3. Não ande com mp3 ou ipod ou outros do gênero
    É muito importante estar atendo aos barulhos no trânsito, especialmente quando se está de bicicleta e existem cruzamentos com pistas para carros e trilhos de trem e bonde no caminho. Isso evita o que quase aconteceu hoje, não comigo, mas com a garotinha que ouvia distraidamente seu IpoD (ui!) e não viu o moço buzinar (sim, as bikes têm buzina) do lado dela... quase que era lona, cumpadi! Nela e no rapaz...

    4. Nunca ande com as mãos fora do guidão (ou guidom, ambos estão corretos!)
    Pelamordedeus, não importa quão habilidoso você seja, pelo A-M-O-R de D-E-U-S, não andem com as mãos no bolso do casaco, descansando na perna, arrumando o cabelo, atendendo celular... Se é perigoso e pode causar acidentes em veículos maiores, imagina o estrago que pode fazer num acidente com um ciclista sem capacete e proteção! Me dá uma tensão só de olhar...

    5. Ande sempre com tênis ou calçados apropriados
    Isso evitaria o que aconteceu há duas semanas. Fomos dar uma volta, choveu e a anta aqui tinha passado hidratante nos pés e estava usando uma linda sapatilha da melissa... O que aconteceu? Lambança: Hidratante + Água da chuva + Sapatilha de plástico = Desastre! Escorregou tudo: o pé no pedal, a sapatilha no pé, o pé no chão (e a melissa no meio da rua)... ô meu Deus! Custava ter vindo de tênis???

    Espero que ajude! (gostaria muito que alguém tivesse me dito isso antes!!!)

    domingo, 4 de julho de 2010

    Passeio nas brenhas

    Esse sábado resolvemos fazer o passeio de bicicleta indicado pela Érica, que visitou Delft em setembro do ano passado e foi até a cidade de Schipluiden, no sul da Holanda, com o seu namorado Samur. O passeio deles teve a duração de pouco mais de duas horas, uma paisagem linda, com direito a plantações de milho, cadeiras gigantes , moinhos de vento, restaurante-café na balsa e uma estrada muito tranquila.

    Existiam dois caminhos pra esse passeio: o caminho legal, que provavelmente foi o que a Érica fez com o Samur, e o caminho tortuoso, escolhido inconscientemente por nós, duas antas na arte de ler mapas. Entre idas e vindas em caminhos que nos levaram a lugar nenhum, fazendas e parques desertos sem fim, nos perdemos uma, duas, três, quatro, cinco vezes (depois disso parei de contar)...

    Sabe aquele ditado: "Quem tem boca vai à Roma"? Pois é, não temos boca... Depois de uma  hora e meia rodando feito duas baratinhas tontas, resolvemos desistir e voltar pra casa pra quem sabe tentar o passeio num outro dia de sol. No caminho de volta, entretanto, descobrimos o caminho certo para chegar à cidade de Schipluiden e resolvemos arriscar. O que é um peido pra quem já está todo cagado, não é mesmo? Então vamos lá...

    Enfim, achamos o caminho tortuoso, que não nos revelou a beleza da paisagem apreciada pela Érica e pelo Samur... entre os carros e a pista ( e às vezes desviando de alguns lunáticos motoqueiros), achamos as placas que nos levaram até a cidade.



    Schipluiden é muito pequenininha, tem um canal que corta a cidade inteira, com casas e avenidas dos dois lados. A cidade é tão pequena que deveria ter uma plaquinha na entrada dizendo: Bem vindo e volte sempre! Andamos pela avenida principal, atravessamos pontes, entramos em áreas privadas para os moradores (o que a gente só descobriu mais tarde), e não encontramos o bendito restaurante-café que fica numa balsa, dentro do canal.

    Foi muito divertido não chegar a lugar nenhum! A melhor vista que tivemos foi o moinho de vento que encontramos (nosso primeiro moinho de vento nas terras dos moinhos de vento), que por sinal, estava desativado, tava lá só de bonito, pra enfeitar a paisagem...



    Outra coisa legal de ver na volta foi o jardim da irmã do Edward Mãos de Tesoura! A mulher podou o jardim inteiro e ficou assim...


    Nossa aventura durou quase quatro horas (eu avisei que não era muito boa com essa relação tempo X distância), voltamos pra casa na hora do almoço, morrendo de fome e com um sorriso boboca estampado no rosto. Adorei!

    sexta-feira, 18 de junho de 2010

    Bicicletas


    Hoje depois do almoço saímos decididos a só voltar pra casa com nossas bikes... nas mãos. Porque nem eu nem Raoni temos andado de bicicleta ultimamente. Não pelos últimos 14 anos. Aliás, as últimas bicicletas em que montei foras as da aula de spinning da academia, no mês passado. Mas acho que não conta, porque deve ser muito difícil levar uma queda de cima de uma bicicleta parada...

    Então visitamos as lojas de bicicletas sem nenhuma noção de altura, tamanho e do que seria comprar uma bicicleta usada relativamente boa. Raoni gostou de uma. Era feminina. Uma dica pra novatos nas bicicletas: aquelas que têm uma barra horizontal ligando a sela à guia é a bicicleta para os meninos. As que têm uma barra bem arqueada, geralmente mais baixa e às vezes com uma cestinha na frente, aquela é pras meninas!

    As mulheres daqui são enormes, gigantescas. Pra mim foi mais difícil encontrar uma para meninas do tipo “mingnon”. Mas encontramos, numa lojinha perto de casa, as bicicletas ideais pra nosso tamanho e sexo. Raoni ficou com uma meio roxa-escuro, quase azul, que ele teima em dizer que ficou alta demais, e eu com uma Gazelle azul acinzentada, com cestinha na frente e tudo, perfeita pra mim.

    Querem testar? O vendedor perguntou. Eu estava morrendo de medo que ele fizesse essa pergunta, mas não tinha como comprar uma bike sem testar. É como comprar roupa sem provar... raramente dá certo! Então Raoni foi na frente, empurrado por mim. De cangueiro e tosco ele tinha muita coisa, mas eu fiz um esforço pra não rir, procurando manter o meu apoio moral. E também porque depois seria a minha vez, e eu não queria que ele estourasse numa gargalhada sem precedentes. Ele se deu bem, pelo que parecia. Conseguiu andar uns 25 metros e fazer a curva de volta (a parte que eu acho mais difícil, desde pequena).

    Minha vez. Ai meu Deus! Tomara que eu não caia. Não na frente do vendedor, pelo menos. E saí cambaleando e tentando não fazer um zig-zag com o guidão. Não teve jeito. Ficou óbvia a minha falta de habilidade, andei uns 35 metros e não consegui fazer a curva sem entrar na esquina mais próxima. Acho que o vendedor pensou por um momento que eu ia levar a bicicleta sem pagar. Achei uma garagem ampla e fiz a curva. Consegui voltar inteira e ainda arranquei aplausos do vendedor , que deve ter suspirado de alívio, e de Raoni.

    Bikes prontas, veio o segundo desafio: levá-las para casa. Montados nela. Raoni foi na frente e disparou (isso me lembra quando Waltinho me levou pra andar de bike e desapareceu uns 150 metros na minha frente). Será que eu ando devagar? Que se dane! Todo mundo tocando a buzina (aqui é obrigatório) e me ultrapassando. Eu não to com pressa mesmo! Foi aí que uma senhora tocou o sininho e Raoni, que já estava mais perto de mim do que o usual, teve uma crise de mongolice e se desesperou. Quem já presenciou sabe como é engraçado quando ele tem um ataque desses. Pausa para risos.

    Passado o ataque de risos, voltemos ao que interessa. Sim, Raoni e o sininho da mulher... Ele perdeu a coordenação motora não somente das mãos, dos pés e do corpo, mas o raciocínio também... E quando eu olho está lá Raoni, freiando com a sola do tênis e dizendo: Ai meu Deus! E o guidão da bicicleta sambando como uma mulata no carnaval do Rio... Quase quase quase que ele atropela a mulher do sininho... e quase que se estabana no chão, também! Acho que eu quebrei os dedos! Ele disse ainda em cima da bike...