Pirulito de Pimenta

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domingo, 29 de maio de 2011

Minha nova velha vida...

Estou de volta ao Brasil faz uma semana. E só tenho certeza de uma única coisa na minha vida: é muito difícil sair do conforto do seu lar, do seu emprego, dos seus amigos, do seu dinheirinho suado e morar em outro país, com uma língua diferente, outra cultura e estilo de vida. E eu consegui. Mas é muito muito muito mais difícil voltar para o Brasil.

O ano que passei morando na Holanda foi maravilhoso. Em todos os sentidos. Mesmo com tudo de ruim que aconteceu, com a doença e a internação no hospital, a recuperação incerta e lenta, mesmo assim, eu amei muito muito muito meu ano lá. E não escondo de ninguém que eu NÃO queria voltar. Mesmo.

Pra mim a Holanda sempre vai ser o país das Maravilhas. Amigas maravilhosas, viagens maravilhosas, culinária dos quatro cantos do mundo, jardins maravilhosos, qualidade de vida excepcional, ciclovias, auto-estradas, hospitais, calçadas, tudo muito, muito organizado e planejado... Enfim, eu vivia literalmente em outro mundo. E o outro mundo era melhor que o meu mundo atual. Literalmente.

E eu não entendo ainda porque algumas pessoas que moram fora (e até mesmo na Holanda) não vêem a hora de voltar para o Brasil. Eu descobri que AMO o frio, mesmo depois de ter chorado de dor no ápice do inverno, com uma desconfortável sensação térmica de - 20ºC. E isso sem falar nos stroopwafels... Mas talvez um dia eu entenda. Ou não.

Depois de um ano imersa em outra realidade, tendo tempo de sobra pra me conhecer, pra enfrentar a saudade,  o clima frio, as dificuldades da língua e pra conhecer lugares e pessoas novas e fascinantes, eu voltei diferente. Alguma coisa mudou em mim. Algo que eu não sei explicar...

Ficar longe dos problemas de casa e da família me trouxe uma paz muito grande e o fato de poder ter tranqüilidade (eu não aceito a reforma ortográfica) pra andar na rua sem desconfiar da sombra, sem ter medo dos assaltos e da violência só reforça o fato de que eu NÃO queria voltar. Mesmo.

Sim, isso é um desabafo (se você ainda não percebeu)... E tava na hora de voltar pra casa. Cá estou eu, retomando contato com velhos amigos, sentindo falta dos novos, reorganizando minha vida, meu trabalho (minhas finanças) e a minha cabeça , porque ainda não caiu a ficha que eu voltei pra ficar (pelo menos por um bom tempo)... e isso dói!

Mas eu peço que não me abandonem, fiéis leitores, porque eu prometo que vou tomar uma injeção de ânimo e deixar pra trás todo o clima "deprê" de quem volta e encontra os mesmos velhos problemas que deixou pra trás nesse nosso "país do futuro". Como eu queria que o 'futuro' fosse agora...

Ainda tenho muitas viagens pra contar, coisas que por falta de tempo e por estar 'curtindo a vida adoidado' eu deixei pra postar quando estivesse de volta. Teremos muitas fotos de lugares fascinantes, muitas dicas de viagem e turismo e claro, meu bom humor de sempre (sem contar o dia de hoje).

Fique ligado no LollyPepper que em breve teremos novidades!
Desculpem-nos o transtorno, estamos trabalhando para melhor servi-lo.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Museu Marítimo em Roterdã

O Maritiem Museum em Roterdã conta a história do desenvolvimento do maior porto da Holanda, com aparatos tecnológicos que fazem qualquer pessoa que simplesmente odeia entrar em museus porque acha "antigo"  e "antiquado" mudar de idéia.


Os banquinhos são em forma de barcos coloridos


Acima a maquete gigantesca do porto de Roterdã feita com produtos reciclados






Você pode ver logo na entrada uma maquete gigantesca do porto, feita com materiais reciclados. Olhando de perto você encontra de tudo: de brinquedos de plástico até peças de computador.

Acho que eu não era o único ser que associava uma placa de computador com uma maquete de cidade tecnológica em escala mínima, com direito à estacionamento, silos, edifícios e áreas residenciais. Viagem de arquiteto? Bem, nessa época eu nem sabia que queria ser arquiteta... Talvez minha mente seja mesmo criativa.

Maquete dos navios e galpões da cidade

Você pode acompanhar pelos computadores (em inglês ou holandês) a história do porto, sua expansão e a sua importância para o país, já que ele expandiu suas fronteiras econômicas a partir de lá. A história da navegação é motivo de muito orgulho para os holandeses, desde os membros da família real até os meros mortais.


Mais modelos de navios


No Maritiem Museum você encontra vídeos, exposições com objetos antigos, modelos de  navios e barcos vikings em madeira, plantas de construção / execução milimetricamente perfeitas e consideradas verdadeiras obras de arte, uma vez que foram desenhadas à mão (sem o AutoCAD ou qualquer outro programa de computador). 

Vocês têm  noção de quão difícil é projetar um barco / navio? Imagina há trocentos anos atrás... O desenho desses arquitetos / engenheiros deixa a perfeição com inveja de tanta riqueza nos detalhes...


Caminhadas por paredes de vidro sensíveis ao toque você aprende mais sobre a história do país através da navegação. E marinha, navegação, barcos, marinheiros, tudo isso serviu de inspiração também para a moda NAVY.


Marinha e Tatuagens , tudo a ver... Na exposição tem até fake tattoos da Chanel


E é lógico que tem exposição de modelos originais da maison Chanel, com direito à sapatos, bolsas, meias, luvas, chapéus, casacos, calças e até mesmo tatuagens da Chanel. Ainda rolam uns vídeos dos desfiles onde os modelos foram vistos pela primeira vez...

História e moda NAVY, uma parceria que deu muito certo

Sapatos, meias, braceletes e brilhantes da Maison Chanel

Look Navy original


Fora do Museu propriamente dito existe um barco-museu, onde tudo remonta o quotidiano de um barco na Holanda. É possível entrar nos cômodos, ver como e onde dormiam os marinheiros, o tipo de comida que eles comiam, encontrando até a mesa posta no refeitório.


Barco-Museu

É possível visitar os banheiros, encontrar os marinheiros se barbeando, a casa de máquinas (o barulho é horrível), sala VIP do capitão, tudo originalmente decorado com objetos antigos, pra fazer você se sentir parte daquela embarcação. 

Essa velhinha estava doida pra saber se a comida era de verdade... eu pensei que ela ia comer pra saber. OH, dúvida cruel!


Ôpa, opa opa... dentro do vestiário masculino tinha um marinheiro tentando ver o "lance" do colega

O salão de festas VIP do Capitão Gancho, com porcelanas, velas e cadeiras originais

Passeio bem interessante, definitivamente vale uma visita.

terça-feira, 27 de julho de 2010

I AMSTERDAM


Estação Central Amsterdã


Dia lindo que fez sábado! Foi o dia mais ensolarado desde que eu cheguei aqui... E aproveitando o sáaaaabado de sol, aluguei um caminhão pra levar a galera pra comer feijão... Chegando lá, mas que vergonha! Só tinha maconha! Deixando a leseira de lado, vamos pro que interessa: o feijão! Rá!



Museu da Tulipa na casa-barco ao centro

 

É chegar em Amsterdã e sentir que o clima lá é diferente. E não é por causa do solzão que fez, não! São os ares (huuuummmm) , sério, são as pessoas, o jeito de vestir mais colorido, mais despojado, mais alegre, mais aberto... adorei a "atmosfera" da cidade... é sério! Deixando de piadinhas inúteis, vamos lá...





Cof Cof Shops que não vendem (só) café

Milhões de museus... tem museu de tudo: Museu do Sexo, Museu da Tortura, Museu de Cera Madame Tussaud, Museu de Van Gogh, Museu Nemo, Museu Miró, Museu de Anne Frank... Amsterdã é a cidade com mais museu por metro quadrado que eu já vi! Realmente foi uma pena não ter ido a nenhum, mas os favoritos já estão agendados para uma próxima visita (tomara que seja logo).




Viu como tudo aqui é alegre?


Dica para os viajantes: existe um cartão de Museu, que vale por 24, 48 ou 72 horas e dá direito a visitar todos os museus da cidade... é nessa vibe que vamos fazer nosso tour da próxima vez, vai sair bem mais barato! Cerca de 55 euros eu acho.

Andando pela cidade encontramos alguns brasileiros e fizemos amizade logo de cara. É incrível como brasileiro acaba de se conhecer e parece que é amigo de infância. Eu adoro o calor humano e isso é uma das coisas que eu sinto mais falta aqui. Você percebe pela foto abaixo como as pessoas são despojadas, abertas e normais...


Estilo "Mochileiro Básico" nas ruas de Amsterdã. É isso que dá exagerar no bolinho ...

Visitamos o ARCAM - Centro de ARquitetura de AMsterdã, projetado por Renzo Piano. Fantástico o prédio. É pequeno, lindo e muito peculiar, com suas formas onduladas que sobem da parede ao teto. Fomos à uma exposição muito bacana que estava acontecendo lá, intitulada "Moda e Arquitetura", com muitas fotos e algumas instalações também.




ARCAM - Renzo Piano

Não sei se foi o meu lado curioso ou o lado observador que não me deixou dormir enquanto eu não descobri o que eram os três X X X que a gente via pela cidade inteira, nas tampas de bueiros, nas placas das ruas, nos trequinhos nas calçadas que impedem os carros de estacionar (alguém sabe o nome daquilo?)... fiquei intrigada e o Ni fez uma consulta ao grande oráculo, também conhecido como Google.

Descobrimos que os três X X X são, na verdade, uma referência às três cruzes de Saint Andrew (Santo André), o apóstolo pescador e irmão de São Pedro, que viveu no século 1 AD e foi crucificado numa cruz em forma de X. Esse símbolo de Amsterdã data do ano de 1505, quando era uma cidade de pescadores. Foi adotado como bandeira da cidade, que tem o símbolo na cor branca, com fundo preto e listras vermelhas acima e abaixo.

Infelizmente (e curiosamente) esse símbolo também foi adotado pelas indústrias de sexo e pode ser confundido como tal em Amsterdã, já que lá a prostituição e o consumo de drogas leves é permitido em algumas áreas da cidade, que é famosa pelos seus Coffee Shops que não vendem (só) café e pelo Distrito da Luz Vermelha (onde as menininhas ficam se mostrando nas janelas).

Antes que vocês perguntem, não, nós não encontramos o distrito da luz vermelha! Na verdade soubemos que são vários distritos. Acho que passamos em frente de um deles, mas não dava pra ter certeza porque não estava escuro e as luzes vermelhas não estavam acesas. Como não dormimos lá dessa vez, nossa visita às meninas das janelas também vai ficar para uma próxima vez.



quinta-feira, 8 de julho de 2010

Domingoooo... LEGAL!

Domingão, sol brilhando, temperatura no auge do verão: 27° C. Bora passear? Pegamos as bikes e fomos dar uma volta meio sem destino, porque quando a gente diz em voz alta que quer encontrar tal lugar, nunca dá certo. Então é melhor dizer que saímos sem destino e descobrimos muita coisa legal. E é verdade.

Primeiro fomos jogar footbag na Praça da New Church. Todo mundo olhando, vexame, Brasil – il – il !!! Depois ficamos sem-vergonha. Cansou. Fomos pedalar. No caminho encontramos laguinhos, gente pescando, acampando e várias vaquinhas holandesas.




Encontramos vários parques legais, ideais pra fazer um pic-nic (ou piquenique, eu não sei como se escreve!) com a família, deitar na grama e simplesmente curtir um belo dia de sol, brincar com o cachorrinho, enfim, tudo de bom que dá pra fazer num dia de domingo ensolarado. Pausa para jogar footbag novamente num desses parquinhos. Até cansar. Ou morrer de vergonha. O cansaço veio primeiro. Vamos pedalar mais...



Pedalando mais, achando que estávamos perdidos (pra variar), encontramos o Piscinão de Delft, o lago (ou seria um açude?) The Groete Plas. Gente, tadinhos dos holandeses... o mais perto que eles têm de uma praia aqui em Delft é o Piscinão!




O lugar é muuuuito agradável, quiosques vendendo lanches, pessoas se bronzeando (ou se queimando, pois o protetor solar passou looooge), crianças fazendo castelinho na areia, cachorrinhos brincando, família, amigos, diversão...




E tinha é claro, gente suja. Gente suja e mal educada tem em todo canto do mundo. Me surpreendi, pois com o nível de educação e cultura deles, achei que não veria nenhum papel no chão ou algo do gênero.




Um povo que tem altos níveis econômicos, de educação e saúde, que lástima! Pelo menos as gaivotas fizeram a festa com o lixo. E uma deu uma cagada na cabeça de um dos porquinhos... Bem feito!



terça-feira, 6 de julho de 2010

Curiosidades sobre Delft , Holanda

Aqui tem de tudo um pouco. Tudo muito curioso. Aqui vão algumas coisas impensáveis, pelo menos pra nós brasileiros, encontradas aqui na pacata Delft, no sul da Holanda:

1. Para os desavisados de plantão, o Delftse POST não é um ponto dos correios, muito menos a central dos correios na cidade. Trata-se do escritório de um jornal (daqueles de papel). Pense duas vezes antes de entrar pedindo para enviar uma correspôndência para o Brasil. Aqui está o twitter deles: DELFTSE POST ;

2. Os correios aqui podem sem encontrados (depois de muito rodar e gastar a sola do chinelo) dentro de algumas bancas de revistas. TNT aqui não é trinitrotolueno, o explosivo e muito menos um canal de filmes de ação, mas é a "marca" do correio;

 3. Se você procura desesperadamente uma lan house para mandar notícias (ou pra dizer que está vivo) e e-mails pros seus parentes e amigos, olhar o orkut ou twitar, desista! Não existe LAN HOUSE aqui. Eles não sabem nem o que é isso. Imagino que todos os habitantes cybernéticos tenham internet em casa. O lugar mais próximo que você vai encontrar é a biblioteca pública, com acesso à Internet por 2,50 dinhEUROS a hora. Você também pode (se estiver com seu inseparável laptop na mochila) tomar um café nos bares com WI-FI, daí você só paga o café (o que sai mais caro que a biblioteca);

 4. Procurando uma máquina copiadora para fazer uma xerox de algum documento? Por mais insano que pareça, você não vai encontrar uma xerox nos correios, ou livrarias, muito menos numa banca de revistas. E como também não tem lan house aqui, nem numa lan house. Onde tirar então uma xerox, pelamordedeus? No supermercado! Encontrei no AH (carinhosamente apelidade de albertjinho) Não, não é uma pessoa que vai tirar a xerox pra você. Você coloca 5 centavos na máquina, coloca o papel e aperta o botão verde! TA-dáaa... sai sua xerox (só não esqueça o original dentro da máquina ¬¬) ... as máquinas aqui são super-inteligentes!

5. Nunca chame uma pessoa que não seja amiga íntima sua pelo primeiro nome. É quase uma ofensa (tipo: vem cá, te conheço?). Chame pelo sobrenome (bizarro... olá senhor Lontra, a senhora Coelho estava à procura do sr. );

6. Comer com as mãos? Pode... Não estranhe se pegarem com a mão na sua comida, sem nenhuma cerimônia. Intimidade com a comida pode, o que não pode é chamar pelo nome...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Bicicletas


Hoje depois do almoço saímos decididos a só voltar pra casa com nossas bikes... nas mãos. Porque nem eu nem Raoni temos andado de bicicleta ultimamente. Não pelos últimos 14 anos. Aliás, as últimas bicicletas em que montei foras as da aula de spinning da academia, no mês passado. Mas acho que não conta, porque deve ser muito difícil levar uma queda de cima de uma bicicleta parada...

Então visitamos as lojas de bicicletas sem nenhuma noção de altura, tamanho e do que seria comprar uma bicicleta usada relativamente boa. Raoni gostou de uma. Era feminina. Uma dica pra novatos nas bicicletas: aquelas que têm uma barra horizontal ligando a sela à guia é a bicicleta para os meninos. As que têm uma barra bem arqueada, geralmente mais baixa e às vezes com uma cestinha na frente, aquela é pras meninas!

As mulheres daqui são enormes, gigantescas. Pra mim foi mais difícil encontrar uma para meninas do tipo “mingnon”. Mas encontramos, numa lojinha perto de casa, as bicicletas ideais pra nosso tamanho e sexo. Raoni ficou com uma meio roxa-escuro, quase azul, que ele teima em dizer que ficou alta demais, e eu com uma Gazelle azul acinzentada, com cestinha na frente e tudo, perfeita pra mim.

Querem testar? O vendedor perguntou. Eu estava morrendo de medo que ele fizesse essa pergunta, mas não tinha como comprar uma bike sem testar. É como comprar roupa sem provar... raramente dá certo! Então Raoni foi na frente, empurrado por mim. De cangueiro e tosco ele tinha muita coisa, mas eu fiz um esforço pra não rir, procurando manter o meu apoio moral. E também porque depois seria a minha vez, e eu não queria que ele estourasse numa gargalhada sem precedentes. Ele se deu bem, pelo que parecia. Conseguiu andar uns 25 metros e fazer a curva de volta (a parte que eu acho mais difícil, desde pequena).

Minha vez. Ai meu Deus! Tomara que eu não caia. Não na frente do vendedor, pelo menos. E saí cambaleando e tentando não fazer um zig-zag com o guidão. Não teve jeito. Ficou óbvia a minha falta de habilidade, andei uns 35 metros e não consegui fazer a curva sem entrar na esquina mais próxima. Acho que o vendedor pensou por um momento que eu ia levar a bicicleta sem pagar. Achei uma garagem ampla e fiz a curva. Consegui voltar inteira e ainda arranquei aplausos do vendedor , que deve ter suspirado de alívio, e de Raoni.

Bikes prontas, veio o segundo desafio: levá-las para casa. Montados nela. Raoni foi na frente e disparou (isso me lembra quando Waltinho me levou pra andar de bike e desapareceu uns 150 metros na minha frente). Será que eu ando devagar? Que se dane! Todo mundo tocando a buzina (aqui é obrigatório) e me ultrapassando. Eu não to com pressa mesmo! Foi aí que uma senhora tocou o sininho e Raoni, que já estava mais perto de mim do que o usual, teve uma crise de mongolice e se desesperou. Quem já presenciou sabe como é engraçado quando ele tem um ataque desses. Pausa para risos.

Passado o ataque de risos, voltemos ao que interessa. Sim, Raoni e o sininho da mulher... Ele perdeu a coordenação motora não somente das mãos, dos pés e do corpo, mas o raciocínio também... E quando eu olho está lá Raoni, freiando com a sola do tênis e dizendo: Ai meu Deus! E o guidão da bicicleta sambando como uma mulata no carnaval do Rio... Quase quase quase que ele atropela a mulher do sininho... e quase que se estabana no chão, também! Acho que eu quebrei os dedos! Ele disse ainda em cima da bike...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Aventuras na Holanda

As impressões da cidade de Delft na primeira semana


A cidade de Delft é muito bonita, cheia de canais, patinhos, cisnes, garças, gaivotas e muitas, muitas bicicletas. As pessoas têm carros, mas só usam para fazer longos percursos ou pra transportar coisas pesadas em determinados tipos de trabalho.





É sério, todo mundo mesmo, crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, todo mundo anda de bicicleta. Pra universidade, pro supermercado, pro trabalho, pras compras... tudo é feito sobre a querida magrelinha, que é a cara da Holanda. E haja estacionamento pra tanta bike... eles prendem a magrelinha em qualquer lugar onde uma corrente possa ser enrolada... árvores, bicicletários, corrimãos, tem muita vaga pra bicicleta na cidade inteira.




Ainda sou pedestre, não tenho bicicleta, mas é só uma questão de tempo... Faço todos os percursos a pé e raramente usei outros meios de transporte (ônibus, bonde ou trem). Todos os cidadãos são realmente educados e civilizados e os pedestres sempre têm vez. Até o ônibus pára no meio do caminho pro pedestre passar. Incrível.



Os habitantes da cidade têm mais gatos que cachorros como animais de estimação. Eu acho que isso acontece porque muitos moram em casas relativamente pequenas. É incrível como eles conseguem aproveitar o espaço. Tudo tem cara de aconchegante e espaçoso, mesmo sendo pequeno.




Sobre a simpliCIDADE


Os holandeses vivem muito bem sem ostentação. Aliás, eles têm pavor à ostentação. Por mais ricos que sejam, são pessoas muito simples e muitíssimo educadas. É isso que eu chamo de qualidade de vida. Eles não ostentam carrões novos (embora tenham carros muito bons, dificilmente se vê um que se destaque dos outros), nem no modo de se vestir, nem no modo de falar. Totalmente o oposto da minha querida cidade (dez vezes maior que Delft, com quase dez vezes mais habitantes e aposto que pelo menos dez vezes mais pobre), onde se você anda de ônibus, não tem carro do ano ou não usa roupas de grife, não vale nada... Pessoas pequenas, cidade grande. Pessoas grandes, cidade pequena.


Muitos caminham com seus cachorros e uma coisa (ruim) que eu notei é que eles não recolhem as rosinhas que os cachorros deixam pra trás. Tem que olhar por onde pisa, mas nada grave se comparado a Paris (dizem)...

O povo holandês é muito alto (um dos mais altos do mundo). A altura média das mulheres é aproximadamente 1,75m e dos homens, cerca de 1,84m. Nunca tive problemas com meus 1,585m, mas aqui me sinto uma pigméia, se é que me entendem. Os asiáticos (homens e mulheres) que moram aqui são muito menores do que eu, então ainda estou no lucro!

Sobre mãos e beleza

Relatos de uma usuária de talheres

As mulheres holandesas são lindas de morrer (mesmo), embora Raoni discorde (e eu agradeço a Deus por isso). Ele as acha mocorongas (grandes demais, desajeitadas demais e com os dentes feios). A grande maioria anda bem vestida e elegante, com seus casacos e suas botas, sem vaidade excessiva, lindas. Simplesmente lindas. Não, eu não sou lésbica. Tenho que fazer um esforço tremendo pra não ficar na sola delas... Milhões e anos de tratamentos cosméticos ainda me deixariam na metade do caminho.

Roupas discretas, blusas cobrindo a metade da bunda, calças jeans muitíssimo apertadas (bota skinny nisso!), leggins e meias-calça às vezes furadas, às vezes transparentes, casacos, botas de cano médio ou alto, às vezes sapatilhas, nos dias de sol sandálias de dedo. É assim que as meninas se vestem por aqui.

Rímel. Só. As bochechas são naturalmente cor-de-rosa, o que dispensa o blush. A pele é perfeita, o que dispensa base, pó e o corretivo. A boca é cor-de-boca mesmo, o que dispensa o batom. Nenhum esmalte nas unhas, mas vários salões de beleza com serviço de manicure por 20,00 dinhEUROS. Acho que só as gringas fazem as unhas aqui. As únicas mulheres que vi com as unhas pintadas foram duas gurias em Amsterdam e uma senhora chinesa (com as unhas pintadas de verde) e outra árabe (eu acho).

E por falar em unhas, a grande maioria delas tem as unhas em tamanho médio, sem nenhum esmalte mesmo, nem base. Eu não vi nenhuma com as unhas propriamente lixadas. E a sujeirinha que fica visível embaixo das unhas é de tirar o apetite de qualquer um. Pode ser a secretária de cargo mais importante da instituição... suas unhas estão sujas, pode apostar.

E aqui eles têm uma mania (diferente) de pegar tudo com as mãos. Fui comer um salgadinho numa lanchonete. “É aquele ali que quero”. E a atendente diz: “esse?”. Eu respondo: “É, esse!” E pow... ela pegou o salgadinho com a mão (imaginho a sujeirinha embaixo das unhas) e perguntou: “quer que esquente?” Sim, eu quero que esquente! Pelo menos imaginei que metade dos germes iria ser vaporizada pelo calor do forno...

Foi a vez da pizza em outra lanchonete. Veio a pizza e nada de talheres. Oba! Agarrei um guardanapo e comi pizza como ela deve ser comida: com um guardanapo! Adoro! Não, ninguém lava as mãos antes de comer. Imagino que se a gripe suína chegasse por aqui, metade da população seria dizimada.
E eu com meu álcool em gel na bolsa, limpei as patinhas antes e depois de comer, como minha mãe me ensinou...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Micos Internacionais

Micos? É claro que paguei! Muitos! Perdi as contas.

O primeiro mico foi carregar as malas de Amsterdã pra cá… elas eram tão pesadas e tão grandes que as pessoas ofereceram ajuda nas ruas. E havia um cheiro estranho, uma mistura de peixe e camarão crus nas minhas duas malas… Eu realmente trouxe muita coisa, mas não frutos do mar! Delícia de cheirinho pra quem passava perto da gente…
Outro micão foi entrar na fila preferencial do supermercado para idosos e deficientes. Sim, eu vi a placa. Depois de sair da fila.

Mais um mico foi entrar no mesmo supermercado (carinhosamente apelidado de Albertjinho), fazer a metade da feira e carregar a cestinha mais pesada do mundo pelos corredores (eu já estava mancando) e descobrir depois de passar no caixa que as cestinhas têm rodinhas. Sim, elas funcionam como mini-carrinhos, com uma guia pra puxar e tudo mais, para que antas como eu não tenham que carregar tanto peso. Por que eu peguei uma cestinha? Porque os carrinhos são pagos, ora bolas!

O último mico foi entrar no banheiro dos homens em um Pub, onde assistimos ao jogo da copa Argentina X Nigéria. Não, não tinha placa. Na verdade tinha tanto adesivo nas paredes que foi difícil até de achar a maçaneta. Fiquei trancada no WC esperando os homens pararem de conversar e terminarem de fazer xixi no mictório ao lado. Esperei todos saírem pra poder sair, com cara de fuinha, toda desconfiada. Será que alguém viu?

Olha isso... um chocolate pra quem achar uma mulher aí dentro!